Cientistas mostram 'capa da
invisibilidade' com nanotecnologia
Modelo utiliza o mesmo princípio responsável pelas
miragens. Folha de nanotubos de carbono foi utilizada pela Universidade de
Dallas.
03/10/2011 20h00
- Atualizado em 03/10/2011 20h14 - Do G1, em São Paulo
Cientistas da Universidade de Dallas demonstram
'capa da invisibilidade' (Foto: Reprodução)
Cientistas
da Universidade de Dallas, nos Estados Unidos, demonstraram um modelo funcional
de uma "capa da invisibilidade", criada a partir de folhas de
nanotubos de carbono. O modelo utiliza o mesmo fenômeno responsável pelas
miragens do deserto para esconder objetos.
Os
pesquisadores, que apresentaram os resultados do estudo na revista científica
Nanotechnology de outubro de 2011, fizeram um vídeo demonstrando a capacidade
dos nanotubos de carbono de "esconder" objetos.
O modelo utiliza tubos microscópicos (ou
nanotubos) envoltos em folhas com espessura de uma molécula de carbono. O
material tem propriedades únicas: apesar de ter a mesma densidade do ar, ele é
rígido como o aço. Com ampla capacidade de conduzir e transferir calor para o
ar ao seu redor, os nanotubos de carbono são capazes de provocar o tal
"efeito miragem".
As
miragens, geralmente observadas em desertos ou mesmo em superfícies de asfalto
ou concreto, são um provocadas por um fenômeno da ótica no qual os raios de luz
são curvados e produzem uma imagem de um objeto distante ou do céu.
O exemplo
mais comum é quando um observador pensa estar vendo uma superfície coberta por
água, como uma lagoa, no chão. Isso ocorre porque o ar perto do chão é mais
quente que o ar acima, fazendo com que os raios de luz se curvem em direção ao
olho do observador, em vez de simplesmente refletirem no chão. O resultado é
que a pessoa enxerga parte do céu no lugar do chão, e, com a ajuda do cérebro,
chega a acreditar que trata-se de um lago.
Por meio
de estimulação elétrica, a folha transparente de nanotubos de carbono pode
atingir altas temperaturas. Ao transferirem o calor para o ambiente ao seu
redor, ela provoca o efeito miragem, fazendo com que os objetos colocados atrás
da folha fiquem invisíveis. Com o fim do estímulo elétrico, a folha perde
imediatamente seus "poderes".
"A
pesquisa nos mostra ainda que podemos otimizar as folhas de nanotubos de
carbono para aplicações como projetores termoacústicos em auto-falantes e
sonares, com o som sendo produzido por meio de calor modulado por uma corrente
elétrica alternada", afirma o autor da pesquisa, Ali Aliev.
Um
porta-voz do Instituto de Física (IOP), órgão responsável pela publicação da
pesquisa, classificou os resultados do estudo como "notáveis".
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